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Política

Vereador é condenado após “armar barraco” em perícia psiquiátrica

Tiago Vargas (PP) foi condenado a 1 ano em regime aberto pelo tumulto causado durante avaliação de sua saúde

Por Jhefferson Gamarra | 17/05/2024 15:26
Vereador Tiago Vargas (PP) durante participação em ato da "Marcha da Família" (Foto: Divulgação)
Vereador Tiago Vargas (PP) durante participação em ato da "Marcha da Família" (Foto: Divulgação)

O vereador Tiago Vargas (PP) foi condenado a 1 ano de detenção em regime aberto por coação, após tumultuar uma perícia psiquiátrica realizada em 30 de abril de 2019, na sede da AGEPREV-MS (Agência de Previdência de MS). A avaliação fazia parte de um processo investigativo instaurado pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil, para esclarecer a suposta insanidade mental do parlamentar, que até então era servidor da Polícia Civil.

Segundo a denúncia do Ministério Público, durante o exame, conduzido por uma junta médica, o médico perito Lívio Leite, que à época do fato exercia o cargo de vereador em Campo Grande pelo PSDB, apresentou a Tiago Vargas um vídeo contraditório às suas alegações sobre sua condição mental. As imagens mostravam Vargas discursando com o microfone no Sindicato da Polícia Civil.

Nesse momento, Tiago Vargas, que alegava incapacidade para exercer a função policial, reagiu de forma agressiva e passou a desferir xingamentos e acusações contra a vítima, dizendo: "safado, você não vale nada", questionando também sua integridade profissional exclamando: "isso é brincadeira, você vai ver, perdeu o foco". Testemunhas presentes relataram que o ex-policial bateu na mesa e fez gestos ameaçadores, criando um clima de tensão no ambiente.

A situação evoluiu ainda mais quando Vargas passou a ameaçar também aos demais médicos presentes na junta, alegando que todos eram suspeitos e tinham motivações políticas ao contestar sua condição. Chegando ao ponto de declarar que, se lhe dessem uma arma de fogo, sairia "matando políticos e o governador.

Mesa supostamente destruída pelo vereador (Imagem: Reprodução)
Mesa supostamente destruída pelo vereador (Imagem: Reprodução)

Durante o interrogatório judicial, Tiago Vargas alegou não se recordar dos acontecimentos e negou as acusações de agressão verbal e ameaças. Ele argumentou que o médico perito teria saído exclusivamente da câmara dos vereadores, onde exercia mandato de vereador, para realizar o exame nele por uma alegada perseguição política.

Inicialmente o Ministério Público sugeriu a condenação de Tiago Vargas pelos crimes de ameaça, desacato e coação. No entanto a juíza May Melke Amaral Penteado, da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, julgou parcialmente procedente ação penal e condenou o vereador Tiago Vargas (PP) a um ano de detenção no regime aberto apenas por coação, declarando extinta a punição pelos demais crimes.

“Nesse contexto, tenho que os elementos de prova, somados e concatenados, geram plena convicção da ocorrência do crime de coação no curso do processo, isso diante dos depoimentos uníssonos das testemunhas inquiridas em Juízo, as quais afirmaram ter o acusado se exaltado, batido na mesa e proferido palavras em tons de coação em desfavor da vítima, com o visível intuito de manipular os peritos na realização da avaliação, isso em decorrência da mudança brusca de comportamento no momento em que colocado em contradição, e a partir da conclusão do laudo que o definiu como apto para o exercício da profissão”, argumentou a magistrada, levando em consideração os depoimentos de testemunhas.

A reportagem procurou o vereador Tiago Vargas (PP) para comentar a decisão judicial, no entanto, a assessoria do parlamentar informou que a sentença ainda não foi publicada, e, consequentemente, Vargas não foi notificado.

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